Produzindo Pérolas - Rev. Denis

27/05/2010 11:46

  

Há poucos dias li um artigo sobre ostras que me chamou muito a atenção. As ostras são moluscos pertencentes à família Ostreidade e se desenvolvem em águas marinhas. Possuidora de um corpo mole, sua vida é protegida por uma concha bem calcificada fechada por fortes músculos adutores. Apesar de uma aparência não muito agradável, a ostra é apreciadíssima pela culinária mundial, além de ser uma saudável fonte de nutrientes, especialmente o zinco, fundamental para a produção de testosterona (hormônio masculino). Outra característica impressionante é a sua capacidade de produzir pérolas, fruto de uma defesa à penetração de parasitas ou substâncias indesejáveis, como um grão de areia, por exemplo. O processo é longo e ocorre porque a ostra, ao ser molestada pelo invasor, libera camadas de uma substância chamada nácar (madrepérola) que envolve o corpo estranho, dando origem, depois de anos, a valiosa pérola. 

Diante das peculiariedades da ostra podemos aplicar algumas importantes lições para a nossa vida. A Primeira relaciona-se ao seu aspecto exterior. As conchas das ostras, quando fechadas, são escuras e impregnadas de algas e outros microorganismos que não revelam seu valor interior. Sua aparência externa indica algo sem importância, desprezível. Podemos traçar uma analogia observando a condição de muitas pessoas na atualidade. Na sociedade preconceituosa e excludente que pertencemos, muitos absorvem os rótulos aplicados assumindo uma vida fechada e desvalorizada como a aparência de uma ostra. Mas assim como as ostras são estimadas além de sua “casca”, o Ser Humano traz em sua essência um valor inestimável, que não pode ser medido em virtude de sua aparência, posição social, cor de pele, etc. A Bíblia diz que: “o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”. Outra importante lição que aprendemos relaciona-se com a capacidade da ostra em produzir pérolas. O fruto mais precioso da ostra é resultado de um trauma, uma dor sofrida. Assim como as ostras sofremos diversos ataques durante a vida. Sofremos por palavras amargas, por tratamentos injustos, por preconceitos, por atitudes de violência, entre outras. O que a ostra nos ensina é que podemos transformar o sofrimento em uma jóia. Se envolvermos o nosso sofrimento com camadas de perdão e amor produziremos resultados surpreendentemente positivos. Este princípio encontramos na Bíblia: “Não deixem que o mal vença vocês, mas vençam o mal com o bem”.

As ostras nos ensinam sobre o potencial que temos e pode estar simplesmente adormecido. Elas nos ensinam a subtrair estimados resultados de tristes acontecimentos. Diante disso, cabe a nós decidirmos quando começaremos a PRODUZIR PÉROLAS!  

Rev. Denis S. L. Gomes

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