Há quem afirme que Leonardo Da Vinci, o grande artista renascentista, foi quem primeiro usou a expressão “os olhos são a janela da alma”, ainda no século XVI. É evidente a importância que os olhos têm como instrumento de percepção do mundo externo. Podemos acessar, através da visão, um universo incalculável de informações. Além dos olhos nos ligarem ao ambiente exterior, eles tem também a capacidade de revelar o nosso mundo interior. Olhando nos olhos, é possível descobrir os sentimentos mais profundos da alma.

Conta-se que certa mulher tinha o costume diário de, na hora do almoço, observar as roupas no varal da vizinha. Todos os dias ela dizia a mesma coisa: “_ Esta mulher não lava a roupa direito! Olhe como estão sujas!”. Até que certo dia, algo diferente aconteceu e a mulher admirada declarou: “_O que é aquilo? A vizinha resolveu lavar as roupas direito!?! Elas estão limpíssimas!”. O marido, que sempre ouvia quieto o seus comentários, respondeu: “_Não foi a vizinha que mudou o jeito de lidar com as roupas, eu que lavei a nossa janela nesta manhã!”. Esta ilustração revela a facilidade que o Ser Humano tem de apontar os defeitos do próximo, em oposição à capacidade de reconhecer os seus próprios erros. A mulher criticava a vizinha, quando  na realidade o erro estava nela, na sua janela suja. Nesta perspectiva, Jesus, no seu sermão do monte, declarou uma forte advertência: “Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho?”.

A concepção de olhos como um ponto de acesso ao restante do corpo é mais antiga que Da Vinci. Na Bíblia encontramos a declaração de que “são os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas”. Diante disso, somos levados a refletir: Como estamos usando a nossa capacidade de ver? Com que espírito olhamos para as coisas e para as pessoas? Buscamos enxergar os defeitos e erros a nossa volta ou aquilo que é bom e agradável? Se a nossa “janela” está limpa entrará muita luz, e seremos constantemente edificados. Se a nossa janela está suja, nosso mundo interior estará sempre em trevas, e para toda direção que olharmos só veremos falhas, defeitos, e estaremos fadados ao fracasso.

O caminho para sermos pessoas melhores e iluminadas é determinado pela forma que utilizarmos os nossos olhos. O que carregamos conosco, é fruto de tudo quanto desejamos enxergar. Se limparmos a nossa “janela”, ou seja, educarmos nossos hábitos visuais, assistiremos apenas o que edifica, leremos o que realmente acrescenta e, o mais importante, veremos nas pessoas, muito além de seus defeitos, indivíduos falhos como nós que necessitam de apoio para também viverem melhor.

Limpe a “janela de sua alma”! Deixe entrar luz em sua vida! Abra o coração e seja feliz com Jesus! 

Rev. Denis S. L. Gomes