“Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita,” (Atos 7:55)

Muito tem se falado sobre a necessidade da igreja redescobrir, experimentar e ver a Glória de Deus. Particularmente eu tremo e temo, diante de uma questão tão importante, tão séria como essa. Em alguns lugares, algumas igrejas, deixando de lado questões que implicam também em Honra e Glória de Deus, passaram a viver em busca do ver a Glória de Deus. Muitas músicas que são cantadas, algumas compostas especificamente com esse objetivo, incentivam isso. Pregadores têm conclamado seus fiéis nessa busca incessante. Há algum tempo isso chegou a ser motivo de campanhas e votos e as pessoas eram direcionadas a essa busca. A dificuldade, porém, é que a Bíblia não somente fala da importância disso, mas mostra e nem todo mundo percebe, que essa desejável condição tem um preço que nem todos estão prontos a pagar. No caso específico de Estêvão, narrado no verso acima, ele viu a glória de Deus quando foi apedrejado até a morte. Será que nós estamos dispostos a ser apedrejados? A entregarmos as nossas vidas como sacrifício vivo e agradável a Deus. Ainda que isso não seja tratado de maneira literal, é preciso que pensemos a respeito da seriedade e da responsabilidade contidas nessa decisão, nessa disposição.

Vivemos num mundo em que pessoas ansiosas, ficam abaladas e deprimidas com as questões do dia a dia, com os problemas da vida cotidiana, como por exemplo, enfrentar conflitos de ordem pessoal, sejam eles de qualquer ordem, família, trabalho, escola, igreja, etc. As pressões do chamado mundo pós moderno, globalizado, têm, como nunca na história da humanidade, acuado e sufocado um ser humano cada vez mais ansioso e angustiado. Diante de tudo isso, a pergunta que precisa ser feita, é se tais pessoas, ainda estão dispostas e suportarão o apedrejamento que antecede a visão da Glória de Deus, ainda que não literalmente, afinal de contas, estamos no século XXI. Mesmo que seja apenas emocionalmente, apedrejados em nossas convicções, nossos valores, nossas posições, nossa fé, nossos interesses...estamos prontos e dispostos?

É certo que Deus tem seus métodos para fazer as coisas, inclusive manifestar a sua Glória. Ele a manifestou em várias situações e de diversas formas, inclusive, sem apedrejamento, é verdade, mas sempre com um preço ser pago. Moisés viu a Glória de Deus, Daniel, os amigos de Daniel e outros. Amados o que precisamos entender é que a Glória é dEle e Ele a manifesta e permite que veja, a quem Ele bem entender, mas certamente quem estiver desejoso e disposto a vê-la, deve estar também disposto a pagar o preço que possa vir a ser cobrado, até mesmo dar sua vida para isso. É necessário morrer para o mundo, precisamos passar a considerar a morte como lucro, pois ela é o início do convívio eterno com Deus e a sua Glória.

Até que compreendamos isso e não vivamos no mundo como se aqui fosse a nossa morada para sempre, não conseguiremos ver a Glória de Deus.

Que em nossas vidas, o Senhor Jesus e a mensagem da cruz possam ser compreendidos ainda que haja um preço a ser pago. Que haja infinita gratidão em nossos corações porque através da tristeza e dor daquela rude e dolorosa cruz, podemos ver, sentir e desfrutar da Glória de Deus.

Rev. Carlos Eduardo Cunha Nogueira